A Defesa Civil de Alagoas suspendeu nesta sexta-feira (02), a entrega de donativos para as vítimas das chuvas que castigaram o estado, por conta de um suposto favorecimento a pessoas que não foram atingidas pelas enchentes. A tragédia em Alagoas deixou um saldo negativo de 39 mortos, 69 desaparecidos e mais de 74.000 desabrigados.
As cidades de Branquinha e Murici, ambas localizadas na região da Zona da mata do estado, estão sem receber mantimentos, água, remédios e roupas e permanecerão assim até que haja um novo cadastramento de desabrigados e desalojados, para coibir determinadas práticas ilícitas.
A Defesa Civil se pronunciou sobre a suspensão nas doações e garantiu que as pessoas que estão nos abrigos não serão afetadas com a medida já que a quantidade de donativos distribuídos dá para suprir a necessidade de todos até que o cadastro seja concluído. Ainda segundo o órgão, pessoas que não foram atingidas pela tragédia em Murici, estariam recebendo água mineral, em grande quantidade, e revendendo até pelo dobro do preço no mercado.
“Tivemos pessoas flagradas recebendo água mineral mais de uma vez e comercializando os garrafões por R$ 8. Vamos fazer um cadastro de todos para evitar esses problemas”, afirmou o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros, Paulo Marques, responsável pela distribuição dos mantimentos nas cidades atingidas pelas enchentes em Alagoas.
Já no município de Branquinha, que ficou 80% de baixo d’água, e localizasse a 65 km da capital Maceió, a denúncia é de que pessoas de outros municípios estariam recebendo os mantimentos e distribuindo a outras que não foram vítimas das enchentes.
O Ministério Público do Estado, no exercício das funções de defesa dos direitos fundamentais da pessoa humana, se manifestou e expediu uma recomendação autorizando a polícia a prender em flagrante quem estiver se apropriando indevidamente dos donativos. O MP agora vai investigar a denúncia de que alguns políticos da região estão se apropriando de cestas básicas para distribuir durante a campanha eleitoral. “Quem estiver fazendo isso, pode ter certeza que será severamente penalizado”, contou um membro do MP de Alagoas.
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